"Quando se está só, se vê além do que os olhos enxergam, vê-se a alma.

A alma que repetidamente é esquecida por estarmos ocupados demais em tentarmos ser felizes, grita quando estamos em frente da tristeza.

Olhando o nada, enxergamos o mundo. No escuro vemos a luz que acalanta nosso interior.

A música faz sentido, e até o pequeno assobio do vento nos parece dizer algo.

É quando estamos só, que sentimos a presença de todos aqueles que já não convinem em nosso meio, porém zelam pela nossa segurança, só percebemos no silêncio.

É necessário um tempo para organizar nossos pensamentos em uma pequena caixa com divisórias para cada tipo de jóia.

A jóia que mais nos trás alegria, a jóia que já não nos trás mais felicidades.

Em um tempo em que minha transformação foi completa, e tudo veio a tona, como se fosse um bombardeio em minha caixinha, destruiu muitas das jóias que ali haviam.

Quando vejo além, me arrependo do primeiro passo, o qual não deveria ter dado.

Esse passo foi o bombardeio que destruiu meu porta-jóias."