Diálogos meus e do meu querido avô que lembro hoje com muita saudade...

-Naquele tempo a gente ficava trançando alho.

-Como assim vô?

-Tinha um monte de alho e tinha que fazer tranças com ele.

-Ah!

-Aí eu tava trançando alho encostado na porta da sala, senti alguém chutar bem forte a porta, era assombração!

E um dia vi uma luz verde que vinha em minha direção e foi embora pra longe.

-Assombração né vô?

-É sim!

-Sabe na Fazenda da Figueira?

-Sei vô.

-Lá tinha um monte de escravos e o sinhô que judiava deles montado no cavalo. Ele aparece lá a noite... É assombração!

-Que medo vô

-Viu vô, seu dedo melhorou?

-Meu dedo? Porque Daiane?

-Lembra que outro dia eu tava brincando de puxar seu dedo e arranquei ele? (eu realmente sempre achei que arranquei o dedo dele)

-Não arrancou não... Ta aqui ó... Sãozinho.

-Arranquei sim vô.

-Haha, não arrancou não.

-Vôooooo o Chaves ta começando...

-Peraí que vou ver com você... Olha o Chaves canta bonito (episódio de Acapulco).

-Canta né vô?

-Canta sim.

-Daiane você tem que ser uma menina boa, ir na igreja, ajudar sua mãe, não ficar na televisão...

-Tá vô, pode deixar! Eu não vou ficar. Canta pra mim vô?

-"Com minha mãe estarei, na santa glória um dia, ao lado de Maria, no céu triunfarei... No céu, no céu com minha mãe estarei..."

E foi.

-Daiane C Silveira