É estranho lidar com a morte, ela vem sem esperarmos e leva parte da nossa história, do nosso dia-a-
dia, leva parte do que nos faz sermos nós mesmos, leva as pessoas ao nosso redor.
Hoje de manhã o dia acordou nublado, e com um vento não típico e gelado, estava ouvindo meus álbuns preferidos no Smartphone, e a rádio local tocara duas músicas e uma delas era November Rain, uma das que mais gosto.
Sem esperar, um telefonema, e meu dia ficou mais triste e mais um personagem que fazia parte da minha vida se foi.
De certa forma comecei a compreender como tudo funciona...
Na foto acima você pode me ver pequena, e cercada de crianças. Nessa época quando somos pequenos, não entendemos as percas, não sabemos quem faz parte de nossa vida ou não.
O tempo passa e conhecemos cada pessoa.
A dona do bar, o vizinho gentil, a senhora que ia todos os domingos na igreja, o menino risonho, enfim, estamos cercados por pessoas e essas preenchem nossos dias, e quando elas simplesmente deixam de existir, uma parte de nossa história é levada junto com elas.
Então imagino as pessoas de 50, 60, 70 ou mais anos de vida. Todo o mundo que essas pessoas conheciam, ou deixaram de existir ou diminuíram drasticamente.
Se eu vivesse para sempre chegaria um momento no qual não existiria ninguém que eu conhecesse, não existiria minha história...
Talvez a morte exista para nos livrar do fardo da solidão (embora algumas pessoas fiquem solitárias quando seus entes queridos se vão) porém um dia todos irão.
Hoje o capítulo final da história do meu tio comigo foi escrita. Embora eu tenha ficado extremamente triste, sei que pela vida ativa que ele levava, ficar doente a mercê de ajuda de outras pessoas não seria uma vida que ele gostaria de levar.
Meu relacionamento com ele se baseava em um "oi tio", um aceno e um sorriso, mas como sentirei falta de sua presença.
Mais um personagem da minha história se foi, deixando minha mente confusa e meu coração mais vazio, no entanto certa de que ele está junto de Deus esperando por mim e por todos que o amavam.