Silhueta

07:55:00


Em um dia chuvoso, Alice se debatia em sua cama por ter de ficar em casa sozinha como a mãe lhe ordenara.
A chuva deixava suas gotas cristalinas na janela, e enquanto Alice chorava compulsivamente por seu amado.
Foi na manhã daquele dia, no intervalo do colégio em que o rapaz rompeu com a moça.
Ela sem entender o porquê, o que tinha feito... Começou a odiá-lo.
Assim a tarde se cobriu de sombras e nuvens carregadas... Decidiu ligar o computador e se distrair.
Alice morava em uma pequena cidade, onde todos se conheciam, onde existiam florestas, lagos e campos.
No momento em que ligou o computador e ativou o chat, a tempestade piorou e os golpes de vento faziam as árvores tocarem o chão.
A energia cessou e a casa ficou as escuras.
Alice ficou apreensiva e correu para debaixo das cobertas em sua cama. Ao olhar a janela, um relâmpago que formou uma silhueta da parede de seu quarto.
Decidiu acreditar que nada tinha visto.
Foi quando adormeceu... Sonhando, estava ela com seu amado na floresta, ao esquivar de espinhos e a colher flores, ele corria e a chamava para segui-lo. Quanto mais ela corria mais ele se afastava a levando onde pretendia...
Chegaram ao lago... Ela acordou.
Na manhã seguinte, quando o viu, o desprezou. Ele também não deu atenção a ela. Naquela noite o mesmo sonho.
E foi também assim na manhã e noite subsequente.
Completando três dias consecutivos do sonho, Alice começou a achar tudo aquilo muito estranho.
A silhueta, a escuridão e os sonhos sombrios.
Tudo se mesclava estranhamente.
Alice acordou apressada e assustada para ir a aula. Percebeu que ele não estava no ônibus.
Ele não estava na sala de aula...
E assim passou-se dias, ele não voltava.
Em prantos, Alice trancou-se no quarto quando sua mãe a chama... Há uma visita para ela.
Era o pai do moço, desesperado atrás de Alice esperando que ela tivesse alguma notícia dele.
Ela disse que nada sabia sobre o rapaz, então o pai seguiu até sua casa desolado.
Alice, por si mesma, decidiu trilhar o trajeto feito em seus sonhos, e caso o encontrasse, tentaria reatar o romance...
Uma grande tempestade se aproxima e o céu tornara-se cinza escuro... O vento começou a soprar...
Com um longo vestido e cabelos alinhados, Alice vai a procura daquele que fez seu coração encher-se de luz...
Passando por espinhos, colheu uma flor e colocou em sua orelha, ao chegar ao lago, não viu ninguém.
Sentou-se numa pedra e esperou a tempestade chegar.
E a chuva chegou. Havia mais gotas em suas lágrimas do que na própria chuva...
O vento forte tirou a flor de sua orelha e levou-a até o lago.
Ela abaixou, e ao ver o espelho d'água viu sua imagem fundida com a imagem dele... Era ele...
Tanta foi sua emoção que se jogou na água.
O lago era uma mescla de cinza e azul, o sentimento mais profundo tomou conta dos seu corpo.
Dias depois, a mãe de Alice batia de casa em casa da pequena cidade a espera de notícias.

-Daiane C Silveira

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10 comentários

  1. Linda história... com um conteúdo muito bem escrito.



    http://mmelofazminhacabeca.blogspot.com.br/2013/03/a-busca-cinema-nacional.html

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  2. Sem palavras! isso foi um dos contos mais lindos e místicos que já li nos últimos anos! você pode até escrever para uma compilação de contos, já pensou nisso?

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    1. Nossa muito obrigada Patrick! Já pensei em escrever uma compilação... Mas estava/estou me dedicando ao meu livro...
      Mas realmente, fiquei muito feliz por ter gostado! Obrigada :)

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  3. Realmente, muito boa a história, chega a cativar.

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  4. Muito bonito, me senti dentro da história. Seguindo :)

    http://where-you-can-always-find-me.blogspot.com.br/

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    1. Obrigada Caroline... Darei uma passadinha no teu blog :) Bjsss

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Estarei respondendo em breve ♥

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