Os olhos do relógio me olham
num tic-tac inconstante me apunhalam
como padecer num sofrimento eterno
contado aos minutos e aos segundos no inferno
O relógio possuiu minha alma,
prendeu minha respiração,
matou minha sede, minha vontade...
Tirou minha razão.
Contou o tempo para minha morte,
morte que já havia me tomado nos braços
que havia me tirado a cor dos lábios
e me levado a seu lado.
Aos poucos a flor murcha,
a face perde a cor,
os olhos perdem o brilho,
por um tic-tac que soou.
Por um tempo que passou.
-Daiane C Silveira