"Rimos o mesmo sorriso, Choramos as mesmas lágrimas (Shakira)"
07:29:00"Em meio a uma prova, um livro e estudo de Mandarim, fiquei com pouco tempo para escrever.
Estando na página 341 de A menina que Roubava livros - Markus Zusak, me deparei com um mar de pensamentos invadindo a minha mente.
Judeus? Nazismo? Alemanha? Guerra?
Nossa Professora de História, Sandrinha, nos explicou muito bem o que aconteceu, o desenrrolar dos fatos, documentários e etc. Mas lendo o livro, fiquei mais curiosa sobre o assunto.
A história se passa na Alemanha nazista em plena 2ª Guerra Mundial.
Então pensei, quem melhor do que um sobrevivente ao holocausto poderia nos contar o que realmente aconteceu?
Pesquisei em A vida no front, e eis aqui o que encontrei.
"—
Motke Zaidl e Itzhak Dugin
"No momento em que se abriu a última vala, reconheci toda a minha família. Mamãe e minhas irmãs. Três irmãs com seus filhos. Elas estavam todas lá. (...) Quanto mais se cavava para o fundo, mais os corpos estavam achatados, era praticamente uma posta achatada. Quando se tentava segurar o corpo, ele esfarelava completamente, era impossível pegá-lo. Quando nos forçaram a abrir as valas, proibiram-nos de utilizar instrumentos, disseram-nos: 'É preciso que se habituem a isso'; trabalhem com as mãos (...) Os alemães haviam até acrescentado que era proibido empregar a palavra 'morte' ou a palavra 'vítima', porque aquilo era exatamente como um cepo de madeira, era merda, aquilo não tinha absolutamente nenhuma importância, não era nada."
— Prisioneiro de Treblinka
"No interior do vagão, ficavam tão apertados que talvez nem sentissem frio. E no verão sufocavam, porque fazia muito, muito calor. Então os prisioneiros tinham muita sede, tentavam sair. (...) E algumas vezes faziam de propósito, muito simplesmente saiam, sentavam-se no chão, e os guardas chegavam e lhes davam um tiro na cabeça. (...) Uma vez os judeus pediram água, um ucraniano que passava proibiu de dar água. Então a prisioneira que pedia água jogou-lhe na cabeça a panela que segurava, então o ucraniano recuou um pouco, dez metros talvez, e começou a atirar no vagão, a esmo. Então aqui ficou cheio de sangue e de miolos."
"Treblinka
nessa época funcionava a plena força. Estávamos então começando a esvaziar o
gueto de Varsóvia. Em dois dias, chegaram cerca de três trens (...) Chegaram a
Treblinka cinco mil judeus, e entre eles havia três mil mortos (...) Eles
haviam aberto as veias, ou estavam mortos, assim... Descarregamos semimortos e
semiloucos. (...) Nós os amontoamos aqui, aqui e aqui. Era milhares de humanos
empilhados uns sobre os outros. Empilhados como madeira. Mas também outros
judeus, vivos, esperavam ali há dois dias, pois as pequenas câmaras de gás já
não eram suficientes. Funcionavam dia e noite, naquele tempo.
— Simon Srebnik
"Lembro-me de uma vez, eles ainda viviam, os fornos já estavam cheios, e eles ficaram no chão. Todos se moviam, voltavam a si, aqueles vivos... E quando eles os jogaram aqui nos fornos, todos estavam reanimados: foram queimados vivos (...) Quando vi tudo aquilo, aquilo não me tocou. Só tinha treze anos, e tudo o que havia visto até ali eram mortos, cadáveres. Jamais havia visto nada de diferente. (...) Eu pensava: deve ser assim, é normal, é assim. (...) As pessoas tinham fome. Iam e caiam, caiam... O filho tomava o pão do pai, o pai o pão do filho, todos queriam permanecer vivos (...) Pensava também: 'Se sobreviver, só desejo uma coisa: que me dêem cinco pães. Para comer... Nada mais."
— Filip Müller — sobrevivente das cinco liquidações do "comando especial" de Auschwitz.
"O gás, quando começava a
agir, propagava-se de baixo para cima. E no pavoroso combate que travava então
pois era um combate — a luz era cortada nas câmaras de gás, ficava escuro, não
se via nada, e os mais fortes queriam sempre subir mais alto. Sem dúvida
sentiam que quanto mais subissem, menos o ar lhes faltava. (...) E ao mesmo
tempo quase todos precipitavam-se para a porta. Era psicológico, a porta estava
lá... E é por isso que as crianças e os mais fracos, os velhos, encontravam-se
embaixo, e os mais fortes por cima. Nesse combate da morte, o pai já não sabia
que seu filho estava lá, debaixo dele."
Desde que
retornei de Auschwitz, em maio de 1945, senti que tinha que escrever o que
aconteceu com minha família e comigo – todas as minhas experiências. Só a
lembrança daquilo traz-me dores e lágrimas. Tentando permanecer sã, fui adiando
isto. Hoje, se passaram mais de 50 anos desde o genocídio planejado por Hitler
contra nosso povo. Sinto-me forçada a registrar da forma que me lembro. O tempo
está acabando. Tenho 67 anos. Meus filhos, a quem tentei educar da forma mais
normal possível, e com quem tentei não falar sobre o passado, hoje são homens
crescidos. E têm o direito de conhecer a história de sua família. Portanto,
dedico minhas memórias a meus maravilhosos filhos e netos.
Veronika Schwartz, Montreal, 1994.
O ódio somente aumentava, as coisas não melhoravam. Um dia, minha avó veio a nossa casa gritando que um dos seus vizinhos tinha ameaçado matar meu tio Miklós. Eu sabia onde meu tio estava, corri todo o caminho, cinco ou seis quilômetros, para achá-lo em uma vila próxima, chamada Ajak. Ele se escondeu, mas para o Grande Feriado foi à sinagoga. Os gendarmes (a polícia de elite) estavam procurando por ele e entraram na sinagoga. Meu tio escapou por uma janela, e a Sra. Rooz, que era uma parente distante, escondeu-o em sua casa. Quando as coisas acalmaram, conseguiu embarcar em um navio e escondeu-se no carvão. Chegou ao Canada em 1939 como um clandestino, quase morto. Nunca soube porque os gendarmes queriam prendê-lo ou porque o homem (seu nome era Orgován), que supostamente era seu amigo, queria matá-lo. Tudo que sabia era que meu tio vendia terras naquele tempo. Talvez algum negócio de terras não o tenha agradado. Toda nossa família ficou contente quando recebemos uma carta do Canadá de nosso tio.
Enquanto
isso, meus pais sabiam que a vida para nós estava piorando. O anti-semitismo
era muito pavoroso. Sabendo que, acontecesse o que acontecesse, precisaríamos
de comida, compraram várias vacas, um cavalo, cabras, gansos, patos e galinhas.
Neste ponto não fazia muitas costuras, ajudava muito com os animais. Adorava
andar a cavalo. Ordenhava as vacas e alimentava o resto dos animais. Meu avô,
Lajos, vinha todos os dias para ajudar e tínhamos alguns empregados.
A despeito de nossas esperanças e preces, o ódio parecia piorar. Acender velas nas noites de sexta-feira era arriscado. Nossas janelas foram quebradas. Pedras foram atiradas na casa de nossos avôs. Meu pai entaipou algumas de suas janelas. Os bandidos das cruzes flechadas ficavam nos insultando. Um homem jovem veio a nossa loja como um animal selvagem, xingando, pegando caixas de sapatos e jogando-as na rua. Minha mãe implorou-lhe para que levasse o que queria, mas o ódio era muito profundo. Tremíamos de medo.
Leis e
regras cruéis foram-nos impostas dia após dia. Era muito doloroso perceber que
tínhamos sido extremamente otimistas por muito tempo. Era chocante quando
visitava um dos nossos inquilinos, a família Posner, de origem russa. Tinham
uma empregada, uma jovem cigana. Gostava de falar com ela, era sempre alegre e
feliz. Perguntei, “Onde está ela?”. Disseram-me que tinha sido levada embora a
força e afogada com muitos outros. “Como é possível matar pessoas inocentes.
Devem ter sido enviados para trabalhar em outro local”, disse à Sra. Posner.
Ela me disse suavemente, “queria que você estivesse certa”.
em cada
vagão. Não nos permitiram levar nada, somente as roupas que vestíamos. Havia um
balde d’água, as portas fechadas e a jornada em direção a um destino
desconhecido começou. Meu pai, minha mãe, minha avó, minhas irmãs, Klára e Éva,
a tia Margit, tio Ernö – todos estavam muito quietos, tristes e sem palavras.
Tentei muito alegrá-los. Encontrei um pequeno local de onde era possível olhar
para fora e ver a paisagem. Pedi a todos para vir e ver. Não importa o quanto
tentasse, ninguém se interessou. Minha avó ficava repetindo, “sou velha demais
para trabalhar”. Se soubesse o que aconteceria com eles, eu teria passado cada
minuto beijando e abraçando-os e fazendo o máximo para não ser separada deles.
na manhã.
À tarde, fazíamos um turno para pegar uma panela de comida, que não tinha
sabor, muito pouco. Não havia pratos nem talheres. Desta forma, fazíamos uma
fila e uma depois da outra bebíamos do mesmo copo. Muitas pessoas, inclusive
eu, estavam pegando a doença das gengivas [escorbuto]. À tarde, novamente,
tínhamos que ficar em fila por duas horas para sermos contadas. Algumas vezes
vi corpos queimados, como carvão, contra a cerca. Era uma visão horrível.
Quando
entramos no campo, foi uma experiência pavorosa. No meio do terreno havia uma
imensa vala. Tivemos que nos alinhar em um dos lados. Em nossa frente, no outro
lado, os soldados SS estavam de pé, com seus fuzis apontando para nós. As
pessoas ficaram em pânico, temendo que estivéssemos em frente a um pelotão de
fuzilamento. Tentei acalmar as pessoas na minha frente com a explicação de que,
se quisessem nos matar, isto teria sido feito em Auschwitz. No fim, era só um
treinamento militar.
Fomos
levados a um prédio onde tivemos que tomar uma ducha e foram-nos dados outras
roupas, uniformes com listras cinzentas e azuis. Nós fizemos uma fila para a
comida, que foi dada em um prato. Era mais no estilo militar e parecia muito
melhor que Auschwitz.
Cedo a
noite senti-me cansada e deitei-me em uma dos catres debaixo de um beliche. Enquanto
descansava, minha prima correu e estava excitada. Disse-me que dois dos Kapos
tinham trazido pão para nós. Não pretendia ir e implorei para não ir, mas ela
só correu para fora, dizendo que precisávamos do pão. Apesar de não querer ir,
corri atrás dela, para que não ficasse sozinha. Os dois jovens rapazes ficaram
felizes em nos ver. Um deles estava segurando minha mão quando de repente as
luzes apagaram. Diversas pessoas entraram. Fomos escoltadas de volta ao nosso
barracão, mas levaram Magda com eles. Teve que se despir totalmente e
esperaram. Pouco depois um oficial SS chegou e minha prima foi surrada com um
bastão de borracha. Ouvi-a gritar e senti a sua dor. Em meu coração, sabia que
ela queria apenas o bem para nós. Só queria um pouco de pão. Quando terminaram
com ela, esperava que viessem me pegar, mas isso não aconteceu. Magda
disse-lhes que eu só tinha corrido para lá para chamá-la de volta. Podíamos ver
os dois Kapos fora, havia dois postes com uma corda grossa no meio. Cada homem
estava amarrado pelos pés e braços e foi deixado lá, pendurado no poste, por
horas.
Dormimos no chão em um barracão, com somente um pouco de palha espalhado em volta. A comida era horrível e muito pouca. Para descrever a extensão da fome, uma vez retirei uma migalha de pão da parede da latrina e a comi. Homens e mulheres usavam a mesma latrina. Não havia nada parecido com dignidade humana.
O trabalho era duro. Recebemos uma picareta e tínhamos que cavar uma área montanhosa, para construir uma trincheira. Não recebemos roupas quentes. Embrulhávamos os pés em pedaços de trapos, tínhamos medo de congelamento. Algumas vezes gostaríamos de poder falar com alguém, mas um soldado SS aparecia imediatamente, gritando para parar de falar e continuar trabalhando.
Um dia, Magda ficou doente. Não conseguia ir para o trabalho. Fiquei preocupada o dia todo, o que aconteceria com ela? A mesma coisa aconteceu comigo também. Não havia um médico. Por sorte nossa, no dia seguinte conseguimos ir para o trabalho. As pessoas que ficavam afastadas do trabalho mais de duas vezes, nunca víamos de novo.
Uma
noite, era bem tarde. Estávamos extremamente cansadas e minha prima sentia-se
doente. Implorei-lhe para continuar a caminhar. Ela virou-se e disse: “Vera,
continue você. Não posso caminhar mais” e caiu. Naquele momento, deitei-me ao
lado dela, dizendo-lhe para fingir que estávamos mortas. O primeiro guarda
gritou para que levantássemos, continuássemos a caminhar. Quando um segundo
guarda veio e quis disparar contra nós, lhe disse, “estão mortas, não
desperdice suas balas”.
Imóveis, ficamos ali até que não houvesse mais sons. Naquele momento, disse a Magda que tínhamos que continuar caminhando, ou congelaríamos até a morte. Lentamente rastejamos para fora da sarjeta. Com Magda se apoiando em mim, lentamente caminhamos. De repente percebemos uma luz. Logo percebemos que era uma casa. Neste ponto, não tínhamos escolha. Ninguém disse uma palavra para nós. Ficamos encolhidas embaixo de uma cama e caímos no sono ali. Na manhã, um homem nos cutucou com uma vassoura, gritando, “Juden heraus” (judeus, caiam fora). Rastejamos para fora. Após deixar a casa, jogou algumas migalhas de pão para nós. Parei para pegá-las e comemos tudo. Lembro de pensar que ainda havia alguma humanidade restante nele.
Passados alguns minutos, soldados russos entraram na casa. O pai ou avô estava sentado com todas as suas condecorações militares em seu uniforme. Um soldado russo fuzilou-o imediatamente. Ficamos com medo. Não sabíamos o que aconteceria a nós. Uma das mulheres veio a mim, implorando para salvar a sua filha, dizendo que um soldado russo a tinha levado para um quarto e que a mataria. Pensando como nos tinham tratado bem, corri para o quarto. Ainda era muito ingênua, não percebia que estava estuprando-a. Comecei a explicar que essas pessoas nos tinham dado comida. Ia pegar sua arma. Minha prima correu para o quarto, me agarrou, deu um tapa na minha cara, e puxou-me para fora. Ela estava tremendo. Perguntou-me: “você não sabe a razão porque ele levou a garota para aquele quarto?” Naquele momento, eu não sabia. Estava tentando salvar uma vida, mas estava em estado de choque. Se não fosse por Magda, teria sido morta.
Também
percebemos que corríamos perigo. A liberdade pela qual esperávamos não veio.
Não havia lei e ordem. Estávamos sozinhas. Quando a noite veio, dormimos com
nossas cabeças cobertas por um xale, para parecer menos atrativas. Mesmo assim,
uma noite enquanto ambas dormíamos, um soldado me acordou. Com sua lanterna
brilhando nos meus olhos, ordenou para ficar de pé e segui-lo. Eu estava
aterrorizada. Gritei e chorei. Minha prima tentou explicar que tínhamos estado
em um campo de concentração, que éramos judias. Ele disse que judeu era bom.
Então Magda disse-lhe que eu era só uma criança. Neste momento ficou zangado e
disse a Magda, “você não é uma criança”, e a forçou a ir com ele. Fiquei esperando
atormentada, sem saber o que aconteceria com ela. Voltou logo e disse que não
tinha conseguido estuprá-la, pois chorara e gritara muito. Ficou zangado e
bateu nela com seu fuzil e deixou-a ir. O medo continuava todos os dias.
Uma tarde encontramos uma jovem garota, também uma sobrevivente. Vinha de uma família muito religiosa. Disse-me como era grata por ter sobrevivido e que quando fosse para casa, esperava achar sua família. Bem, isso não aconteceu. Um soldado russo bêbado a estuprou durante a noite. Na manhã seguinte a garota estava morta, tinha sangrado até a morte. O soldado ainda estava ao lado dela, bêbado.
Em um dado momento em maio, nosso amigo, o oficial russo, veio ver-nos. Disse que a ferrovia para a Hungria tinha sido consertada. Disse o momento exato quando um trem estaria saindo. Aconselhou a tomá-lo e seguimos o seu conselho. Sabíamos que só queria o nosso bem. Queríamos muito voltar, apesar de que nunca mais pude chamar novamente a Hungria de lar. Amava o país; era bonito, mas ficava me lembrando da cooperação do governo húngaro com os alemães, e a vontade deles em fazer todas aquelas atrocidades horríveis contra nós.
Chegamos
no trem. Foi difícil entrar no vagão de carga. Não havia plataforma; tínhamos
que puxar-nos para dentro. Estava repleto de soldados russos, muitos deles
bêbados. Com nossas cabeças cobertas – parcialmente cobríamos também nossos
rostos – não olhávamos para nada, a não ser para o chão. A única cisa que
vimos: soldados bêbados urinando no piso. Depois de várias horas, o trem parou
em uma pequena cidade. Saltamos e nos transferimos para um trem de passageiros.
Enquanto caminhávamos, procurando um assento, uma mulher cuspiu em frente a nós
e disse o seguinte: “esses judeus sujos estão voltando”. Naquele momento fiquei
muito feliz por termos sobrevivido e que os anti-semitas sentiam a derrota.
(...)
Agora é outubro de 1999. Estamos nos preparando para passar os duros meses de inverno na Florida. Estou terminando minhas memórias. Foram muito difíceis de escrever. Estou cansada mental e fisicamente. É impossível aceitar esta indescritível tragédia que a humanidade deixou acontecer. A despeito de todo nosso sofrimento, sou grata às garotas Freed de Vár utza, Kisvárda. Elas me levantaram e me encorajaram a continuar a caminhar de Birkenau para Auschwitz. Elas tiveram suas grandes perdas, mas ainda assim se preocupavam com outro ser humano.
Na medida em que entramos em um novo milênio, desejo saúde, paz e prosperidade; liberdade para todas as religiões; igualdade para todos."
2 comentários
Já li este livro e o achei incrível. É algo que recomendo a todos que leiam porque no fim é impossível não gostar. Me apaixonei pela leitura assim como você e achei incrível que você esteja postando sobre isto aqui. Meus parabéns. Seguindo (:
ResponderExcluirObrigada ^^... Realmente foi um dos livros que me encantou... Que fez a diferença e que me acrescentou algo...
ExcluirE o que faz parte da minha vida... Pode ter certeza está aqui no blog... ^^
Estarei respondendo em breve ♥