Ipê roxo contra o céu - Foto de minha autoria

Fiz uma viagem ontem, e desde o começo do trajeto um ser em especial ficou em meus pensamentos durante todo o dia. Ela está doente desde o começo deste ano, e em um estágio em que já não come direito. Hoje ao cuidar dela me deparei com uma piora significativa. Ela já não come mais.
Estranho esse laço que une seres humanos e animais, tamanha a dor que senti que nem o pouco que eu conseguia fazer se torna uma ajuda para ela agora.
Hoje ao fotografar, embora eu não transpassasse eu percebi que tinha algo de estranho no vento que começou a soprar. Vento gelado, céu azul demais, estava lindo, mas eu não estava totalmente feliz. Eu olhava para o céu, azul e com pequenas nuvens brancas que se mexiam, mas sentia a tristeza de quem já tem as mãos atadas sobre o inevitável.
Eu decidi dentro de mim mesma desde muito tempo antes disso, que a menor quantidade de seres ao meu redor significaria a menor quantidade de dores que sofreria...
Será?
Eu não sei se o correto foi eu me fechar em um casulo durante toda a minha vida, ele me manteu seguro, mas as coisas chegam por mais que você em sua mente otimista nunca tenha pensado que tais coisas horrendas e tristes aconteceriam, mas... acontecem.
Eu sempre tento fugir das dores como o diabo da cruz, mas a perseguição é imensa... Me tornam mais fortes?
Não sei.
Eu ouvi uma frase que dizia que o amor é algo entrelaçado a dor, que não tem como amar se você não sofre, pelo menos uma vez.
Talvez seja isso, talvez eu seja feita de amor e a dor que sinto é consequência.